domingo, 18 de setembro de 2011

Nem sempre a lápis





"Quando escrevo, parece que os textos, notas, entradas, são as pranchas do andaime com que levanto o edifício assente nos pilares dos meses. Encostam-se uns aos outros, apoiam-se indiferentes à condição provisória, a partir da primeira linha; a constução civil nunca foi o meu forte, admito que a licença de habitabilidade reprove. Terminado o mês, consolidado o pilar, retiro os andaimes; é rara a vez que não venham bocados de argamassa, fragilidades da escrita."

Lê-se de uma assentada e viaja comigo na carteira, dentro da bolsinha do Moleskine, junto da parafernália de pequenos objectos sem os quais sinto que me falta alguma coisa importante.

Imagem retirada daqui.