quarta-feira, 24 de novembro de 2010



 
Gouache e aguarela
32 cm x 24 cm


 

"Na suavidade que imagino, rosada

o meu sol exalta-se.

indecisa a carne dos teus lábios

desenhada de orquídeas em pranto.



amanhã contorno-te

sem explicar as lembranças do lençol

dobrado nos corpos que caminhamos.



Com paixão, nesse território que nos pertence

escondido à passagem dos rios

dormente entre as muralhas quentes

somos de outro lugar

ao qual regressamos sem ruído

meia-noite.

permanece na beleza que a noite

te oferece; deixa-te ficar comigo

a adivinhar o pensamento

a construir pássaros de lã

a dançar palavras de todas as cores.

viajamos na entrada desse lugar

e a carne vira sílaba morna

a seiva escorre, enlaçada

coroada de gemidos."

Cláudia Faria Pereira








 






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